Primeiros Passos/Metacognição
A Metacognição, frequentemente descrita como "pensar sobre o pensamento", é uma habilidade que nos permite ganhar autoconsciência e reflexão sobre nossos próprios processos cognitivos. Isto é, é a habilidade de observar, analisar e influenciar nossos próprios processos de pensamento e tomada de decisão, que tem muita relação com como nós vemos a nós mesmos.
O modelo de Frames de Decisão oferece um framework valioso para a metacognição, pois nos permite entender a formação e a influência dos conceitos em nosso pensamento. É um meio pelo qual podemos reconhecer os conceitos que estão influenciando nossas decisões e ações, permitindo-nos fazer ajustes quando necessário.
O Papel da Metacognição no Modelo de Frames de Decisão
No Modelo de Frames de Decisão, a metacognição se manifesta como a capacidade de reconhecer, avaliar e ajustar a influência de Conceitos no processo de tomada de decisão.
Por exemplo, suponha que uma pessoa está tentando decidir se deve estudar para um exame importante ou assistir a um episódio de uma série de TV. Os Conceito 👤 Tédio e 🎭 Vontade de Assistir TV podem estar exercendo uma forte influência, mas através da metacognição, a pessoa pode reconhecer que está sendo fortemente influenciada por estes conceitos.
Em seguida, a pessoa pode deliberadamente aumentar a influência do Conceito de 🎭 Focar no futuro , reconhecendo que estudar é uma ação mais benéfica a longo prazo. Isso é um exemplo de como a metacognição pode permitir ajustes conscientes no processo de tomada de decisão.
O Narrador-Observador
A Metacognição inclui o papel que desempenhamos como narradores e observadores de nossas próprias vidas. Uma parte dela muito importante é o que chamamos de "Narrador-Observador": a habilidade de observar, avaliar e dar sentido a nossa experiência interna, um processo que é intimamente ligado à nossa consciência de nós mesmos e de nossos processos de pensamento.
O Narrador-Observador atua, portanto, como um "fiscal" dos processos que ocorrem no Processamento Implícito. Ele é capaz, em certo grau, de observar os Conceitos, suas Influências, as Decisões que são geradas e tirar conclusões com base nelas. Na prática, ele é capaz, por exemplo, de explicar para si mesmo por que decidiu comer: porque estava sentindo fome. Ele faz isso ao enxergar 👤 Fome e 🎯 Comer dentro do Contexto e, com base nisso, cria a narrativa de causa e consequência.
Isso tem algumas implicações. O poder de "enxergar" dentro do Contexto e Processamento Implícito é bastante limitado. Isso faz com que, frequentemente, ações e decisões sejam tomadas sem a participação da Metacognição - e sem o conhecimento do Narrador-Observador. Na prática, isto ocorre quando você faz algo "no automático", sem pensar no que está fazendo.
Da mesma forma, é possível que você tome uma decisão e execute ações, mas não goste muito delas. Você pode, por exemplo, querer fazer exercícios e aumentar a influência de 🧬 Desejo de ter saúde . No entanto, mesmo após o ajuste da Metaconsciência, a influência de 👤 Cansaço e 💡 Não fazer exercícios a noite podem pesar mais. Com isto, mesmo com o desejo consciente de ir, você acaba decidindo não ir.
O Narrador-Observador é, efetivamente, a parte de sua mente que olha para dentro e descreve o que está acontecendo para você mesmo. Apesar de limitado em suas capacidades e eventualmente tirar conclusões incorretas ou não ser capaz de identificar todos os Conceitos e suas influências, ele é a lente com que você enxerga para si mesmo e suas decisões, podendo, então, usar a Metacognição como um todo para influenciar suas ações.
Na próxima página, vamos discutir mais detalhadamente as capacidades e limitações da metacognição no Modelo de Frames de Decisão.
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