Processador Implícito

De Frames de Decisão

O Processador Implícito (P) é a entidade central do modelo Frames de Decisão, representando o mecanismo interno que processa os conceitos e toma decisões. Este processamento ocorre em grande parte fora da consciência direta, o que o torna "implícito". No entanto, mesmo sendo menos acessível à consciência direta, o Processador Implícito exerce uma influência poderosa sobre as nossas ações e escolhas.

O P é complexo e possui uma estrutura composta de várias partes, denominadas subprocessadores. Estes trabalham juntos para interpretar os conceitos que o P encontra e tomar decisões com base nessa interpretação.

O termo "implícito" refere-se ao fato de que grande parte do processamento de informação e tomada de decisão que ocorre no P não é imediatamente acessível à consciência. Embora possamos ter algum grau de percepção consciente sobre o que estamos pensando ou sentindo, muitos dos detalhes do processo de decisão ocorrem abaixo do nível da consciência. Isso pode incluir coisas como os cálculos mentais rápidos que fazemos ao pegar um objeto em movimento ou as associações instantâneas que formamos quando reconhecemos um rosto familiar.

Por outro lado, o Processador Implícito tem um papel crucial na geração de emoções, desejos e intuições. De fato, é por meio do P que experienciamos a maior parte de nossas vidas emocionais. Embora não possamos sempre descrever exatamente como o P chegou a uma certa emoção ou intuição, podemos muitas vezes "sentir" o resultado desse processo em nossos corpos e mentes.

Subprocessadores

Subprocessadores são entidades especializadas em processar determinados tipos de conceito. Se o conceito exigir um ou mais subprocessadores, ele só terá influência se o este estiver presente e em bom estado. Alterações quaisquer no subprocessador terão impacto em como o conceito será (ou não) processado. Caso não haja um subprocessador disponível para apreender um conceito dado num contexto, a sua influência é zerada (efetivamente tirando-o do contexto).

O melhor equivalente na neurociência são as áreas especializadas no cérebro. Um dano no córtex visual, por exemplo, pode anular ou alterar o funcionamento de conceitos visuais.

Exemplos de subprocessadores

Alguns exemplos de subprocessadores são:

Subprocessador Verbal - Este seria um conceito expresso em linguagem falada ou escrita, como a palavra "cachorro" ou uma frase complexa como "a Terra orbita o Sol". A compreensão desses conceitos requer a capacidade de processar a linguagem, que é uma função tipicamente associada às áreas de fala do hemisfério esquerdo do cérebro.

Subprocessador Visual - Um exemplo seria a imagem de um cachorro ou de um planeta orbitando uma estrela. Esses conceitos exigem processamento visual, uma função normalmente associada ao córtex visual no lobo occipital do cérebro.

Subprocessador Auditivo - Este conceito poderia ser um latido de cachorro ou o som de uma música. A compreensão desses conceitos requer o processamento auditivo, que é uma função normalmente associada ao córtex auditivo no lobo temporal do cérebro.

Subprocessador Emocional - Um exemplo poderia ser a sensação de felicidade ou medo. Estes conceitos exigem o processamento emocional, uma função geralmente associada a estruturas límbicas como a amígdala e o córtex pré-frontal ventromedial.

Subprocessador Motor - Este seria um conceito relacionado a uma ação física, como correr ou jogar uma bola. A compreensão desses conceitos requer o processamento motor, que é uma função normalmente associada ao córtex motor no lobo frontal do cérebro.


É importante notar que essas são simplificações e que na realidade, a maioria dos conceitos envolve uma rede complexa de processamento em várias regiões do cérebro. Além disso, a neuroplasticidade permite que diferentes áreas do cérebro assumam funções que normalmente seriam desempenhadas por outras áreas, se necessário.

A definição e uso conceitual de subprocessadores deve ocorrer apenas em situações em que ela agrega didática ou cientificamente.